terça-feira, 17 de setembro de 2019


Existe uma fórmula para diminuir as taxas de suicídio? Existe uma receita para acabar com a depressão e com a infinidade de transtornos de humor, que cada dia mais acomete a população? Segundo dados da Organização da Saúde, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Superando o número de mortes causadas por acidentes e até mortos em guerra. Muito se fala no assunto, mas os números de mortes só aumentam.
 O mês intitulado setembro amarelo, aborda o tema e é uma campanha que visa divulgar e orientar a população sobre formas de prevenção. Questões sociais, culturais, transtornos mentais e de humor, são algumas das causas que podem levar as pessoas a cometerem o suicídio. Podemos destacar a depressão, como um dos transtornos atuais que mais levam as pessoas a desistirem de prosseguir vivendo. É muito particular o que cada um sente. E cada ser humano lida com seus medos, dores e pavores de formas diferentes. Devo salientar que, muitas pessoas com depressão estão por ai vivendo sorrindo, dançando e levando uma vida normal, quando na verdade sua dor interna é insuportável. Quando a pessoa é menos resiliente o quadro é muito mais grave. A pessoa não quer sair de casa, interagir com pessoas, perde a fome e literalmente a vontade de viver. Os problemas enfrentados por cada um geram ansiedade, medos e tristezas e consequentemente o cérebro nota essas reações e logo também sente-se desconfortável. É nesse misto de confusões que o corpo começa a dar sinais de fadiga, cansaço e esgotamento. Se os pensamentos só se direcionam para valorizar os acontecimentos ruins, as coisas se complicam. Procurar formas para desviar o foco dos problemas é a primeira alternativa. E como fazer isso? Procurar ajuda e contar sobre a dor acometida é fundamental. Buscar tratamento profissional e começar a perceber que SEMPRE EXISTEM ALTERNATIVAS. Ao longo da vida sempre existirão altos e baixos e o segredo para manter a saúde mental em bom estado, é nos darmos conta de que não daremos conta de tudo! E não daremos mesmo!!! Haverá situações ruins, doenças, angustias, perdas e medos infinitos. Afinal de contas estamos vivenciando um fenômeno chamado VIVER! E viver consiste em caminhar entre altos e baixos. E podemos caminhar entre altos e baixos se pudermos nos olhar como seres frágeis, mas capazes de superar. O suicida não quis acabar com a própria vida. Ele quis acabar com a dor que sentia e dar fim no que acreditava não suportar ou conseguir resolver. Um suicida poderia estar vivo se tivesse se dado conta da importância de contar sobre suas dores e angustias. Se não tivesse se envergonhado em procurar ajuda médica. Estaria vivo se soubesse sobre suas capacidades!
Enquanto psicóloga que atende crianças me sinto na obrigação de reforçar para os pais a importância de serem presentes na vida de seus filhos de forma efetiva! Contar para as crianças diagnosticadas com dificuldades, que são capazes! Estimular, incentivar e fazer com que eles acreditem realmente que são capazes de desenvolver infinitas habilidades. Que os pais estejam dispostos a ensinar sobre empatia e educação. Não só falar sobre ensinamentos de história, geografia ou matemática. Mas também sobre o amor e respeito ao próximo, sobre dar e receber carinho, sobre perdas e ganhos na vida. Que os pais ensinem sobre resiliência a seus filhos, para que saibam lidar com as críticas, perdas e danos causados ao longo da vida. Principalmente para que no percurso do desenvolvimento se tornem adolescentes mais estruturados e adultos capazes de enfrentar toda a turbulência que tornar-se adulto nos obriga a enfrentar.
O alicerce para uma vida mental saudável e estruturada começa na infância! É fato que ter filhos é um investimento a longo prazo e exige muita responsabilidade. Dispor de tempo, atenção e cuidados necessários serão sem dúvidas grandes aliados em diminuir problemas futuros! Diminua o tempo no celular e no tablet, distribua mais abraços e beijos. Vá para um parque, jogue bola, solte pipa, faça bolhas de sabão e viva a infância junto com seu filho. Você sabe que esse tempo não vai voltar. Mas só vai se dar conta, quando solicitar um abraço e não receber, porque um dia também não soube dar...
Por: Psicóloga Adriana Rodrigues.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Não é preciso dar conta de tudo!

E essa busca desenfreada por ter que dar conta de tudo, vale a pena? A caminho do trabalho, tenho observado o quanto as pessoas andam aceleradas, quase correndo e atropelando outras que estão pelo caminho. A impressão que tenho, é a de que estão sempre atrasadas e que precisam fazer com que as vinte e quatro horas do dia se multipliquem. Todo mundo ligado sempre no automático, seguindo a mesma rotina.
Bem provável que façam tudo, todos os dias exatamente da mesma forma. Acordam e em seguida fazem tudo exatamente igual ao dia anterior. É tudo repetitivo e não conseguem perceber o quanto pode ser benéfico inserir algo diferente todos os dias. E quando falo isso, quero dizer que andar na calçada do lado contrário, descer uma estação antes, dar bom dia aos desconhecidos, sentar num lugar e admirar a paisagem por uns minutos, tomar um café com leite no boteco da esquina são fatores que vão fazer sair do automático, e consequentemente fazer bem. Não é necessário querer mover montanhas. As vezes mover uma pedra, pode ser a abertura que faltava para o nascimento de uma planta. Portanto, respire, inspire e não pire! Pare alguns minutos do dia para apreciar o presente e lembre-se:
"Se estás deprimido,estás a viver o passado. Se estás ansioso,estás a viver o futuro. Se estás em paz,estás a viver o presente.
Lao Tsé
Por: Psicóloga Adriana Rodrigues

Como você encara uma frustração?

Como você encara um não? O que sente quando não passa  numa entrevista de emprego? Qual sentimento experimenta quando seu parceiro (a) se recusa a ter relações com você? Qual a sensação de não ter sido convidado para a festa de um amigo?
Algumas pessoas não conseguem lidar com estas situações. E sentem – se excluídas e menos favorecidas. Por vezes criam pensamentos catastróficos e que geram grande sofrimento.
Ocorre que estas pessoas não aprenderam a lidar com as frustrações. E tudo que seja negado ou não as satisfaçam, se transforma em sofrimento. Não é raro que se envolvam em situações de comportamentos agressivos e inadequados.
O processo de desenvolvimento do individuo é responsável por algumas destas características, ou seja, ainda criança é preciso que os pais ensinem a importância de saber ouvir a palavra “Não”. Ou seja, uma criança não pode dormir a hora que quer, não pode se alimentar inadequadamente, e deixar prevalecer suas vontades em outros âmbitos. Os pais precisam impor limites, educar e explicar que durante toda a vida ela terá que conviver com os “Nãos” que a vida irá apresentar.
Essa questão de limites é complexa e nos faz pensar que os pais, às vezes, por não saberem lidar com determinadas situações acabam “falhando” nas recompensas e na hora de impor limites; pois, querendo agradá-los, talvez, pelo fato de não ficarem o dia todo com eles, por trabalharem fora, acabam fazendo suas vontades, tirando do castigo, criando, dessa forma, seus filhos sem limites.
Neste sentido podemos pensar que a falta de limites durante a infância é umas das causas do comportamento de adultos frustrados, agressivos, impulsivos, etc...
Na terapia o indivíduo é orientado a refletir e perceber o que realmente prevalece diante deste conflito, para que faça uma análise do que pode modificar em seu comportamento e obter melhor qualidade de vida. Tornar-se assertivo, estabelecer relações saudáveis, aprender a lidar com as perdas, situações desagradáveis, desfavoráveis, minimizando o sofrimento e ampliando a visão de uma vida com menos catástrofes e que possa ser alterada por pensamentos mais construtivos.

Por  Psicóloga : Adriana Rodrigues
CRP/0610389


quinta-feira, 23 de abril de 2015

O QUE É AUTISMO 

Autismo ou Transtorno Autista, é classificado pelo DSM-V (Manual de Saúde Mental) dentro de um diagnóstico chamadoTEA (Transtornos do Espectro Autista), que inclui também outros transtornos, como o Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Generalizado do Desenvolvimento Não-Especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger.
Mas o que vem a ser o TEA? – Trata-se de uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento cerebral que ocorrem antes, durante ou logo após o nascimento. As principais características são a dificuldade na comunicação e interação social e os comportamentos repetitivos (estereotipados). Estas características estão presentes em todas as pessoas comTEA, mas o grau de intensidade é diferente em cada indivíduo.
Ou seja, estas características podem estar presentes desde o nascimento e serem muito óbvias ou podem ser sutis e se tornarem mais evidentes ao longo do desenvolvimento.
Autismo é uma condição permanente na vida de uma pessoa, ou seja, ela nasce com autismo e se torna um adulto com autismo.
Em relação ao desenvolvimento intelectual, alguns casos deTEA podem apresentar dificuldades na coordenação motora e atenção, podem estar relacionados também com condições como a Síndrome de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a dislexia ou a dispraxia e pode ser que durante a adolescência desenvolvam ansiedade e/oudepressão, o que também não é regra em todos os casos. Como também não serão regras as dificuldades na aprendizagem de atividades escolares e da vida diária. Algumas pessoas com TEA podem apresentar tais dificuldades em maior ou menor grau, ou simplesmente não apresentar. Assim como as sensibilidades sensoriais (como audição, visão, tato, paladar, olfato); Alguns autistas podem apresentar, por exemplo, uma sensibilidade diferente em relação a determinado som, estímulo visual, entre outros.
Há um mito em torno das pessoas com Autismo no que diz respeito à afetividade. Como há um comprometimento da comunicação e interação social, as pessoas com TEA podem ser vistas como pessoas com dificuldades de estabelecer vínculos afetivos. O que ocorre em muitos casos é que para o autista pode haver uma maneira “diferente” de se demonstrar essa afetividade. “Diferente” porque muitas vezes não é a forma como esperamos ou estamos habituados, mas o autista tem sim esta capacidade afetiva.
Causas do Autismo ou TEA:
“O autismo não é um transtorno com uma causa, mas um grupo de transtornos relacionados com muitas causas diferentes” – Autismo: Manual para as Famílias – Autism Speaks
As causas que provocam o Autismo ou TEA ainda são desconhecidas. Acredita-se que haja um fator genético, o que ainda não foi totalmente comprovado. Porém, supõe-se também que os fatores ambientais tenham impacto no desenvolvimento da criança ainda durante a gestação, como stress, infecções, exposições a determinadas substâncias químicas, como medicamentos (antes, durante e após o nascimento) e mesmo fatores ambientais experimentados desde muito cedo pelo indivíduo.
Diagnóstico do Autismo ou TEA:
O diagnóstico é feito por um profissional da área de saúde mental, com base na identificação de determinados padrões de comportamento. Quando os sinais de Autismo, ou TEA, são identificados ou diagnosticados (diagnóstico precoce), deve-se iniciar o quanto antes a intervenção para a aquisição dos repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motores, que são fundamentais para o desenvolvimento da criança.
– Uma curiosidade que ajuda a desconstruir alguns mitos é que as pessoas com TEA podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática.
– Outras curiosidades:
  • A maioria dos autistas tem boas habilidades de aprendizado visual;
  • Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
  • Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
  • É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
  • Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse específico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
  • A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
  • Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança;
Fontes:
DSM-V (Manual de Saúde Mental)
http://autismoerealidade.org/

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sobre Angústia

"A angústia faz parte da condição humana. Diferentemente dos outros animais que nascem programados, sabendo o que, quando e como fazer para se manterem vivos, os humanos precisam aprender - de outros humanos - e resignificar o sentido de suas vidas. Em intensidades controladas, suportáveis ao Eu, vem da angústia o motor para desejarmos, realizarmos coisas. Quando em excesso, a angústia ultrapassa as condições de manejo do Eu, sobrevindo em forma de "ataques de panico" ou fobias. Nas fobias, o recurso a um "objeto" determinado (andar de metrô, lugares muito amplos, muito cheios; ficar só...) delimita um campo onde a pessoa pode se sentir "segura". No pânico, não houve a possibilidade de delimitar um limite: o que invade a pessoa desde dentro é superior às suas capacidades de elaboração, representação. Tanto nas fobias como nos ataques de pânico o que está em questão é a necessidade de rever a forma como lidamos com nossas vidas, as maneiras como atendemos as nossas próprias exigências e as que nos chegam da sociedade. Na ausência ou carência de sentidos que nos possam realmente preencher, que nos levem a construir sentidos para a vida, a angústia - quando excessiva - é o testemunho de que não se pode preencher o vazio com excessos." (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A raiva é uma emoção básica que está presente em qualquer ser humano, tendo a função de proteger o organismo. Portanto, é absolutamente normal senti-la algumas vezes. Ocorre que muitas pessoas apresentam dificuldades em controlá-la, gerando sérias conseqüências para si e seus relacionamentos.
Quando alguém se sente agredido ou desrespeitado, um dos primeiros sentimentos que aparecem é a raiva. Ao senti-la, o corpo se prepara para se defender ou atacar e os pensamentos são alterados, assim como o comportamento. Importante dizer que esta emoção pode variar da irritação á fúria. Essa variação, ou seja, o quanto se fica enraivecido, é influenciada pela interpretação da pessoa para o que aconteceu. Uma pessoa pode ficar zangada se tiver que esperar na fila e, contudo, ouvir calmamente críticas quanto ao seu desempenho profissional. Já outra pode estar satisfeita em esperar numa fila e rapidamente atacar qualquer um que aponte suas falhas no trabalho.
Dessa forma, se um indivíduo não consegue por si só controlar a raiva, a psicoterapia pode ajudá-lo a compreender suas crenças e o que provoca suas principais reações, além de possibilitar a descoberta de várias estratégias de como lidar com este sentimento.
Texto Publicado no Jornal Correio Carioca
Ano VIII – nº 79

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015


Porque fazer terapia?


Digamos que você esteja se sentindo como um peixe fora d água. Não consegue enxergar possibilidades e tampouco solução para as questões que lhe causam desconforto. Procura desabafar com amigos e familiares e ainda assim não encontra soluções. É muito comum que as pessoas digam que você tem que deixar a tristeza de lado, levantar e sacudir a poeira, dar a volta por cima e outras receitas prontas. Algo bem diferente do que acontece no encontro com um psicólogo. Na terapia o profissional vai utilizar a escuta e o acolhimento para que um vínculo se estabeleça e juntos paciente e terapeuta possam caminhar em busca de se empenhar na busca de autoconhecimento para um posterior desenvolvimento pessoal e interpessoal. Provavelmente, para resolver alguns dos seus conflitos internos terá de propor-se a enfrentar alguns dos seus incomodos e, aceitar a dura realidade que terá de abdicar de alguma coisa em prol da sua estabilidade emocional. Mas se abdica, ou se opta por algo, quer dizer que tem o poder de opção, tem o poder de decidir o que é melhor para si e o que decide fazer. Ao acionar o seu poder de decisão e de escolha, fica mais perto de resolver os seus conflitos internos e com isso alcançar a sobriedade emocional.