quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sobre Angústia

"A angústia faz parte da condição humana. Diferentemente dos outros animais que nascem programados, sabendo o que, quando e como fazer para se manterem vivos, os humanos precisam aprender - de outros humanos - e resignificar o sentido de suas vidas. Em intensidades controladas, suportáveis ao Eu, vem da angústia o motor para desejarmos, realizarmos coisas. Quando em excesso, a angústia ultrapassa as condições de manejo do Eu, sobrevindo em forma de "ataques de panico" ou fobias. Nas fobias, o recurso a um "objeto" determinado (andar de metrô, lugares muito amplos, muito cheios; ficar só...) delimita um campo onde a pessoa pode se sentir "segura". No pânico, não houve a possibilidade de delimitar um limite: o que invade a pessoa desde dentro é superior às suas capacidades de elaboração, representação. Tanto nas fobias como nos ataques de pânico o que está em questão é a necessidade de rever a forma como lidamos com nossas vidas, as maneiras como atendemos as nossas próprias exigências e as que nos chegam da sociedade. Na ausência ou carência de sentidos que nos possam realmente preencher, que nos levem a construir sentidos para a vida, a angústia - quando excessiva - é o testemunho de que não se pode preencher o vazio com excessos." (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

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